[RESENHA] Nosferatu - Joe Hill


Bom dia galera, tudo bem com vocês? Hoje é dia de resenha minha aqui no Drunk, e de um dos lançamentos de horror mais bem comentados nas redes sociais, que realmente mereceu ser aplaudido de pé. Estou falando de Nosferatu, o novo livro de Joe Hill - autor publicado pela Arqueiro aqui no Brasil. Espero que vocês gostem e que por favor, deem uma chance à obra, porque esta mais do que merece ser lida!

NOSFERATU – JOE HILL

Victoria McQueen tem um misterioso dom: por meio de uma ponte no bosque perto de sua casa, ela consegue chegar de bicicleta a qualquer lugar no mundo e encontrar coisas perdidas. Vic mantém segredo sobre essa sua estranha capacidade, pois sabe que ninguém acreditaria. Ela própria não entende muito bem.
Charles Talent Manx também tem um dom especial. Seu Rolls-Royce lhe permite levar crianças para passear por vias ocultas que conduzem a um tenebroso parque de diversões: a Terra do Natal. A viagem pela autoestrada da perversa imaginação de Charlie transforma seus preciosos passageiros, deixando-os tão aterrorizantes quanto seu aparente benfeitor.
E chega então o dia em que Vic sai atrás de encrenca... e acaba encontrando Charlie.
 




Filho de um dos escritores de horror mais famosos de todos os tempos, - Stephen King - Joe Hill, surpreende pela qualidade de seu mais novo trabalho; Nosferatu. O livro possui 613 páginas, que acreditem, consegui devorar em menos de três dias. A história narrada por Hill é definitivamente uma das mais assustadoras e envolventes que já li. Confesso que nunca antes tinha lido nada do autor, embora ele tenha mais dois livros publicados pela editora Arqueiro no Brasil – Estrada da Noite e o Pacto, e agora que conheci a sua escrita, com toda certeza procurarei seus outros livros. Nosferatu é viciante, sedutor e ao mesmo tempo... uma aventura pra lá de macabra.  
Na trama criada por Hill, conhecemos Charlie Manx, um dos antagonistas mais bem construídos de todos os livros de ficção que já tive o prazer de ler. Manx tem um poder psíquico, que torna possível que, usando de seu Rolls Royce como transporte, ele consiga levar criancinhas para a terra do natal – dimensão criada por ele – onde as mesmas tem as almas sugadas, tornando-se criaturinhas extremamente malvadas e irreconhecíveis que veem em seu assassino, um pai. Por outro lado, conhecemos Victoria McQueen, uma garotinha durona que enfrenta diariamente as muitas brigas dos pais e que vê em sua Raleigh – uma bicicleta – um meio de fuga de seus problemas. Vic, também conhecida como Pirralha, acaba descobrindo ter poderes psíquicos, quando após uma discussão dos pais, por conta de uma pulseira, ela atravessa a ponte abandonada próxima à sua casa, e se vê no exato local em que a mãe perdeu o objeto.

“- Tem um lugar para Josiah John Thornton lá na Terra do Natal e um lugar para você na Casa do Sono. O Homem da Máscara de Gás saberia direitinho o que fazer com você. Faria você respirar fumaça de pão de mel e ensinaria você a amá-lo. Nós não podemos levar você conosco para a Terra do Natal. Ou melhor, eu até poderia, mas o Homem da Máscara de Gás é superior. O Homem da Máscara de Gás é misericordioso.” Página 15

Alguns anos depois, numa passagem de tempo utilizada sabiamente por Hill, conhecemos Bing Partridge – o homem da máscara de gás – que assim como Manx, tem sérios problemas mentais e por isto, resolve se juntar ao mesmo com o intuito de ir trabalhar na Terra do Natal, onde todos os dias são felizes. Bing é inclusive, o responsável pelo assassinato dos próprios pais, embora se comporte como inocente, em grande parte da trama. É ele também, o executor nomeado por Manx, para dar fim às mães das muitas crianças que são sequestradas.
Victoria McQueen já é adolescente, quando por fim, resolve utilizar o ‘atalho’ – a ponte, para encontrar encrenca. Afinal, ela vivia discutindo com a mãe e o pai já há havia a abandonado, ela não tinha mais nada a perder. É aí que ela vai direto para a Casa do Sono, e para o encontro com Charlie Manx.  Porque o ‘atalho’ a faz encontrar, o que deseja. Sem exceções. E se ela queria encrenca, Charlie Manx era exatamente o que ela estava procurando.

" – Oi, Deus. Aqui é o Bing, aquele burro velho. Ai, Deus. Ai, Deus, Deus. Por favor, ajude o Sr. Manx. O Sr. Manx está com uma doença do sono, uma doença grave, e eu não sei o que fazer, e se ele não melhorar e voltar para mim eu nunca vou poder fazer minha viagem para a Terra do Natal. Tentei o quanto pude fazer algo de bom da minha vida, salvar crianças e garantir que elas tivessem chocolate quente, brinquedos e essas coisas. Não foi fácil. Ninguém queria que nós as salvássemos. Mas mesmo quando as mamãezinhas gritavam e nos xingavam de nomes horríveis, mesmo quando as crianças choravam e molhavam as calças, eu continuava à amá-las. Amava aquelas crianças e as mamãezinhas, ainda que elas fossem mulheres más. E mais do que tudo eu amava o Sr. Manx.” Página 192

Vic, ou Pirralha, foi a única criança que conseguiu escapar das garras de Charlie Manx ilesa. Mas nem tudo são flores e principalmente, quando anos mais tarde, Manx sai da cadeia – onde Vic o colocou – tendo como propósito, uma vingança. Mas mais do que ferir Vic, ele planeja tirar dela o que lhe é mais precioso, Wayne, seu filho.
Nosferatu é sem dúvida alguma, uma das minhas melhores leituras de 2014.  O enredo, personagens, cenário e fatores sobrenaturais da obra, me conquistaram. E muitas vezes, em meio à leitura, percebia que tinha segurado o folego, ao ler as páginas escritas por Joe Hill, e que só tornava a respirar normalmente quando fechava o livro. Foi uma história que ficou ruminando na minha cabeça por dias, tão surpresa e chocada fiquei. Joe Hill realmente tem talento e mereceu o seu espaço na minha estante. A arte do livro, é um espetáculo à parte, visto que está incrivelmente bela. Não só isso, como as ilustrações presentes no livro também. Amei, nota 10 em todos os quesitos!

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