RESENHA: A menina mais fria de Coldtown - Holly Black
Boa tarde galerinha! Demorei com a resenha mas finalmente estou aqui, e espero que vocês gostem. É sobre mais um dos incríveis lançamentos da Novo Conceito, de setembro, e que fez um enorme sucesso na bienal de São Paulo. Bora saber mais?
A MENINA MAIS FRIA DE COLDTOWN – HOLLY BLACK
A minha
primeira experiência com a escrita fantástica e repleta de suspense de Holly
Black, foi um tanto quanto interessante. ‘A menina mais fria de Coldtown’ me
conquistou pela capa e diagramação extremamente chamativas e caprichadas, e por
não abordar exatamente, o tema central na sinopse, me deixou intrigada. A
verdade é que, a história em si, uma das melhores apostas da Novo Conceito para
este ano, conquistou o meu respeito, embora não tenha se tornado uma das minhas
melhores leituras do ano.
Em um novo universo
- criado por Holly Black - que tem como protagonistas os vampiros, conhecemos
Tana. Uma adolescente cujo passado repleto de traumas, fez com que se tornasse
uma garota fria, sem frescuras ou ‘mimimis’ comuns para meninas de sua idade.
Tana, quando criança, precisou encarar a transformação de sua própria mãe, em
um ser perigoso e sedento por sangue e depois, praticamente assumiu a responsabilidade
dentro de sua casa – algo com o qual o pai, debilmente debilitado, deixou de
prestar atenção – e principalmente, a criação de Pearl, sua irmã caçula.
“Estava dividida entre o
impulso de sair correndo e a urgência de enrolar-se como um tatu, fechar os
olhos, enfiar a cabeça debaixo dos braços e brincar de
já-que-eu-não-posso-ver-os-monstros-eles-não-conseguem-me-ver. Nenhum desses
impulsos a salvaria. Tana tinha que pensar.”
Página 12
As
Coldtowns, são espécies de cidades, criadas para conter o alastramento do
vampirismo pelo mundo. O tipo de coisa que aconteceria, por parte do governo,
caso algo assim realmente chegasse à acontecer. Lá, os vampiros e infectados,
são monitorados vinte e quatro horas e contidos, de forma que uma vez que
entrem, não sejam capazes de sair. Exceto é claro, no caso de possuírem um tipo
de passe, no caso de serem confirmados como ‘não infectados’. Visto que o
vampirismo, pode ou não vir a tomar conta do infectado, caso ele passe pela
quarentena ‘tempo de propagação do virus’ sem consumir sangue humano.
Tana acaba
tendo que ir para uma dessas cidades de contenção, após acordar em uma
banheira, num cenário de completo horror. Onde antes havia uma festa, com todos
os amigos da escola de Tana, agora há centenas e centenas de cadáveres e os
únicos sobreviventes, além dela, acabam sendo Aidan – seu ex namorado bissexual
e moderninho e Gavriel, um vampiro aparentemente suspeito.
"A umas poucas quadras de
distância dali, alguém começou a gritar. Um instante depois, outro grito
juntou-se àquele, e mais outro. Três vozes, cada uma delas distinta, cada uma
subindo e descendo em um grito contínuo que formava uma melodia infernal. As
garotas descalças cambalearam, olharam na direção de onde vinham os sons e
depois continuaram caminhando, uma falando baixinho com a outra.” Página 160
Tana é uma
das heroínas mais fortes e bem construídas – embora tenha defeitos, que com
toda certeza, a fortaleceram ainda mais aos olhos do leitor – das obras de ‘Young
Adult’ que já tive o prazer de ler. Tana, é o tipo de garota que consegue
esconder os próprios sentimentos com muita facilidade e isto acaba frustrando
todos aqueles que a cercam.
Outros
personagens misteriosos e de certa forma atraentes, acabam por surgir ao longo
da trama, como os irmãos Midnight e Winter, simpatizantes aos vampiros que se
juntam à eles – no caminho à Coldtown mais próxima – com a intenção de se
transformarem. De fato, Holly Black fez um bom trabalho com ‘A garota mais fria
de Coldtown’ embora que ao me ver, tenha deixado alguns pontos à desejar, como
o tema central distópico, que poderia ter sido melhor elaborado.
De um ponto
de vista geral, é uma ótima obra e cumpre com os seus objetivos ‘de
entretenimento’. Holly Black mereceu o meu respeito e a Novo Conceito também,
por mais essa excelente publicação!
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